segunda-feira, 15 de abril de 2013

ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS (Alimentos Funcionais Parte 3)



Os lipídeos (gorduras) são essenciais ao organismo humano, pois além de fornecer maior quantidade de energia, comparada aos carboidratos e as proteínas, contém ácidos graxos essenciais, aqueles que não são produzidos pelo organismo, mas que devem estar presentes nas dietas.
Ácidos Graxos são precursores de outros lipídeos, caracterizados por conter um ácido carboxílico ligado a um hidrocarboneto que varia de tamanho e saturação.  Podem ter de 4 a 22 átomos de carbono em sua estrutura.



Os ácidos graxos podem ser classificados como saturados, monoinsaturados (com uma dupla ligação) e polinsaturados (com mais de uma dupla ligação). Essa diferença de tamanho, de grau de posição da insaturação na molécula lhes confere propriedades físicas, químicas e nutricionais diferentes (como solubilidade, ponto de fusão, digestibilidade, conversão de energia, destino metabólico etc.).
Os ácidos graxos saturados são aqueles quando houver apenas ligações simples entre os carbonos, geralmente sólidos a temperatura ambiente. São os alimentos de origem animal ricos em gorduras saturadas (ácidos graxos saturados).
Os ácidos graxos insaturados são aqueles que possuem uma ou mais duplas ligações, geralmente são líquidos em temperatura ambiente, os alimentos de origem vegetal são mais ricos nesses tipos de lipídeos.

Os óleos e as gorduras comestíveis utilizadas no consumo humano têm diferentes concentrações de ácidos graxos. Os ácidos graxos de C4 a C18 são comuns nas gorduras de animais terrestres. Os de C8 a C18 são os mais encontrados em vegetais. Nos animais marinhos encontram-se os ácidos graxos de cadeia maior do que C18, são da série de ômega 3 (ácido alfa linolênico). Os mais importantes são os eicosapentaenóico (C20:5 ômega-3) e o docosapentaenóico (C22:6 ômega- 3).
As duas classes de ácidos polinsaturados essenciais (PUFA) são o ômega 6 (ω-6) e o ômega 3 (ω-3).
  • Ômega-3 (α-linolênico)
Caracteriza-se como ômega 3 os ácidos graxos polinsaturados onde a dupla ligação esta localizada entre os carbonos 3 e 4.
O ômega 3 é um tipo de gordura polinsaturada encontrada principalmente em peixes marinhos de águas frias como sardinha, salmão, atum, arenque, anchova  também em algas marinhas e algumas sementes de alguns vegetais como linhaça.
Os ácido alfa linolênico (ômega 3) permite a formação de eicosapentaenoico (EPA) e o ácido docosahexaenóico (DHA). O EPA relaciona-se principalmente com a proteção a saúde cardiovascular, e o DHA é considerado fundamental para desenvolvimento do cérebro e sistema visual.
Os mais estudados quanto a seus benefícios são o EPA e o DHA presentes principalmente em óleos de peixes. Pesquisas mostram que esses ácidos graxos são capazes de ajudar no controle da lipidemia e conter reações inflamatórias entre outros benefícios
Para a solução para todos os problemas não significa que deva comer peixe todos os dias, pois qualquer excesso acarreta um prejuízo para a saúde. Por ter alto poder de oxidação, o consumo de ω-3 deve ser associado ao consumo de vitaminas antioxidantes. No entanto pode associa-las ao consumo de selênio (brócolis, azeite extra virgem, oleaginosas, castanha e nozes) e sucos de frutas cítricos  que são fontes de Vitamina C, para que esses alimentos formem um pool de antioxidantes a fim de preservar a integridade da estrutura química do ômega 3.
Ômega 3 pode reduzir os triglicerídios séricos (gorduras no sangue) e a ocorrência de arritmias (alteração no batimento cardíaco , e agindo como agente antiaterogênico e antitrombótico. O efeito dos ácidos graxos ômega 3 na prevenção das doenças cardiovasculares tendo uma redução da lipemia pós- prandial (após a refeição).
A magnitude e a duração da resposta lipêmica pós- prandial  estão relacionadas com a progressão da aterosclerose. Os ácidos graxos ômega 3 tem um efeito favorável na redução de triglicerídeos plasmáticos aumentando a concentração de HDL- colesterol. Esses efeitos foram associados nas plaquetas a aumento de LCPUFA (ácidos graxos de cadeia longa) ômega 3, que são substratos para síntese de eicosanóides e prostaciclina.


·       Ômega 6

O ácido linoleico é o principal precursor do ácido araquidônico. O ácido araquidônico pode competir com o EPA na formação de eiconsanóides, produzindo uma inibição da formação plaquetária (efeito antitrombótico) e estimulação de vasodilatação (dilatação dos vasos sanguíneos), produz efeito anti-inflamatório e reduz a quimiotaxia* dos leucócitos (glóbulos brancos).
Ácido linoléico (ω-6), esta presente nos óleos de milho, girassol e soja.

 


*Quimiotaxia é o nome dado ao processo de locomoção de células em direção a um gradiente químico. A quimiotaxia é o processo que permite a migração dos neutrófilos e outros leucócitos aos locais de infecção inflamação no organismo. Entre a migração de leucócitos, existe também a difenciação de monócitos em macrófagos.





Fonte: http://www.scielo.br/pdf/reben/v61n5/a15v61n5.pdf
Livro Nutrição Clínica no Adulto; 2 Edição de Lilian Cuppari.

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